POLÍTICA
Absurdo: justiça marca julgamento de mãe que educa filho em casa
A educadora catarinense Regiane Cichelero será julgada no dia 1º de julho pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) por ter optado, em 2021, por educar o filho em casa. O caso reacende a polêmica sobre o ensino domiciliar (homeschooling) no Brasil e levanta questionamentos sobre os limites da autoridade dos pais na educação dos filhos e o papel do Estado na garantia do direito à educação formal.
Em março de 2021, com o retorno das aulas presenciais após o auge da pandemia de Covid-19, Regiane e o marido decidiram manter o filho fora da escola e iniciar o ensino domiciliar. A decisão motivou uma ação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que considerou a medida ilegal diante da exigência de matrícula regular em instituição de ensino reconhecida.
Ao longo do processo, a Justiça determinou que o menino fosse matriculado em uma escola, sob pena de sanções. Regiane foi alvo de diversas decisões judiciais que impuseram multas que variaram de 3 a 20 salários mínimos e multa diária de até R$ 1 mil em caso de descumprimento. Em momentos críticos, chegou-se a cogitar a retirada da guarda da criança.
A defesa da mãe sustenta que a Constituição Federal assegura aos pais o direito de escolher o tipo de educação que desejam para os filhos, especialmente quando esta ocorre de forma estruturada e com acompanhamento pedagógico. A organização internacional ADF International (Alliance Defending Freedom) foi admitida no processo como amicus curiae, oferecendo apoio jurídico e argumentando que convenções internacionais garantem a liberdade educacional da família.
“Esse julgamento vai além do caso individual. Está em jogo o direito dos pais de decidir sobre a formação de seus filhos, algo amplamente respeitado em diversas democracias”, afirmou Guilherme Schlickmann, representante da ADF no Brasil.
Atualmente, o ensino domiciliar não é regulamentado em nível nacional, embora tramitem projetos de lei no Congresso que buscam disciplinar a prática. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o homeschooling não é inconstitucional, mas ressaltou que sua implementação depende de regulamentação legislativa.
Organizações de defesa da infância, por outro lado, alertam que o ensino domiciliar pode dificultar a detecção de abusos, evasão escolar e desigualdades no aprendizado. “Sem controle do Estado, não há garantia de que a criança esteja, de fato, aprendendo”, afirmou uma promotora ouvida pela reportagem sob anonimato.
O julgamento do recurso de Regiane pelo TJSC está marcado para segunda-feira, 1º de julho, e poderá influenciar outros casos semelhantes em tramitação no país.
POLÍTICA
Marcos Pereira, presidente do Republicanos, diz que Lula recorrer ao STF contra derrubada de decreto é movimento perigoso
O presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), disse nesta quinta-feira (26) que o governo “tenta transformar um fracasso político em questão judicial” ao falar sobre ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a derrubada do decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pelo Congresso Nacional.
“Haddad cogita acionar o STF para reverter a derrubada do aumento do IOF. Além de ignorar a vontade do Congresso, o governo tenta transformar um fracasso político em questão judicial. Um movimento perigoso que desrespeita a democracia e esvazia o papel do Legislativo”, postou Pereira em suas redes sociais.
O presidente do Republicanos cobrou medidas de corte de gastos e criticou a gestão fiscal do governo Lula.
“Já passou da hora de se debruçar sobre medidas estruturantes e cortes de gastos. A fórmula que já provou não dar certo é a fórmula de gastar mais do que arrecada. Cartilha desse governo”, afirmou.
Pereira foi um dos principais fiadores políticos da candidatura bem-sucedida de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara.
POLÍTICA
“A censura no Brasil está institucionalizada graças a suprema corte rejeitada pelos brasileiros”, diz Gustavo Gayer
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) publicou nesta quinta-feira (26) um vídeo nas redes sociais no qual critica duramente o Supremo Tribunal Federal (STF), acusando a Corte de institucionalizar a censura no país. Na gravação, Gayer afirma que “a censura no Brasil está institucionalizada graças à Suprema Corte rejeitada pelos brasileiros”, em referência a decisões recentes do tribunal em casos relacionados à disseminação de desinformação e ataques à democracia.
A declaração vem em meio a uma série de críticas feitas por parlamentares da oposição ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos envolvendo supostas milícias digitais, discursos de ódio e ataques a instituições democráticas. Gayer, que tem se posicionado de forma constante contra o que chama de “ativismo judicial”, argumenta que o Supremo ultrapassou os limites constitucionais ao interferir no que considera ser o livre exercício da opinião.
“A Constituição está sendo rasgada diante dos nossos olhos. O STF se colocou acima da lei, acima do Congresso, acima do povo brasileiro”, declarou o parlamentar no vídeo.
Segundo Gayer, decisões como o bloqueio de perfis em redes sociais, a suspensão de monetização de canais e a abertura de inquéritos sem a devida provocação por parte do Ministério Público configuram um processo sistemático de censura, agora legitimado pelas instituições.
A fala do deputado reforça sua atuação como presidente da Subcomissão Especial de Combate à Censura na Câmara dos Deputados, criada em 2024. A subcomissão, no entanto, enfrenta críticas por parte de juristas e entidades da sociedade civil que consideram o discurso de “censura” uma tentativa de blindar conteúdos que infringem as regras das plataformas e, em alguns casos, a própria legislação.
POLÍTICA
“Aterrorizada” com censura, Cármen Lúcia vota para controlar redes e consolida placar de 8 x 2
Em sessão decisiva no Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia votou na quarta-feira (25) a favor da responsabilização de plataformas digitais por conteúdos publicados por terceiros, consolidando um placar de 8 votos a 2 em julgamento que pode redefinir os limites da liberdade de expressão e do controle sobre as redes sociais no Brasil.
Durante seu voto, a ministra fez duras críticas ao que chamou de “onda de censura” no país. “Vivo quase aterrorizada com o aumento da censura nos últimos tempos”, afirmou. Ela citou casos recentes de tentativas de proibição de livros, espetáculos artísticos e publicações que expõem dados públicos como exemplos preocupantes do avanço de ações que ferem a Constituição.
Apesar da crítica contundente à censura, Cármen Lúcia defendeu a responsabilização das plataformas, argumentando que os tempos mudaram desde a promulgação do Marco Civil da Internet, em 2014. “A internet hoje não é a mesma, nem as redes são neutras como se imaginava”, disse. Segundo ela, é necessário encontrar um equilíbrio entre garantir a liberdade de expressão e coibir abusos cometidos no ambiente digital.
O STF julga a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil, que isenta as plataformas de responsabilidade por conteúdo de terceiros, salvo se descumprirem uma ordem judicial para remoção. A maioria da Corte entende que essa proteção ampla favorece a impunidade em casos de discursos de ódio, desinformação e ataques à honra.
Até o momento, os ministros André Mendonça e Edson Fachin votaram contra a mudança, sustentando que a retirada de conteúdo só deve ocorrer mediante decisão judicial, sob risco de abrir caminho para a censura privada.
Com o placar já consolidado, a Corte deve agora construir uma tese final para definir em quais casos as plataformas deverão agir sem ordem judicial e quais critérios serão aplicados para evitar arbitrariedades.
A decisão é considerada um marco regulatório importante para o futuro das redes sociais no Brasil e pode impactar diretamente a forma como empresas como X (ex-Twitter), YouTube, Instagram e Facebook operam no país.
-
POLÍTICA2 meses atrás
Deputado do Parlamento Europeu propõe sanção a Moraes após intimação contra Bolsonaro
-
BRASIL4 meses atrás
“Se para viver de arte, você precisa de subsídio do Estado, você não é um artista, você é um funcionário público.” Diz Javier Milei
-
POLÍTICA3 meses atrás
“Tomar o celular bruscamente da mão da vítima não configura o crime de roubo”, diz Ministro Antônio Saldanha do STJ
-
BRASIL3 meses atrás
“O nordestino tá cansado de promessas vazias, rejeição de Lula vai continuar subindo”, diz deputado Rodrigo Valadares
-
BRASIL4 meses atrás
Bolsonaro é recebido por multidão em Pernambuco
-
BRASIL4 meses atrás
Musk sugere sanções a Moraes, diz Daniela Lima na Globo News
-
BRASIL10 meses atrás
Candidato a prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, sofre atentado no Tatuapé
-
BRASIL4 meses atrás
O aumento do preço do ovo é culpa da Quaresma, diz Globo News