POLÍTICA
Ministros do STF se reúnem com banqueiros para entender alcance dos impactos da Lei Magnitsky e sanções de Trump

Em meio à escalada de tensões entre Brasil e Estados Unidos, os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin participaram de uma reunião longa e tensa com banqueiros para tratar dos efeitos da Lei Global Magnitsky e das sanções impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Segundo texto publicado nesta segunda-feira (11) por Malu Gaspar, no jornal O Globo, o encontro contou com a presença de André Esteves (BTG Pactual), José Vita (Itaú), Alessandro Tomao (Santander), do presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia — atualmente à frente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) — e do advogado-geral da União, Jorge Messias.
O intuito dos ministros era compreender o funcionamento das sanções e avaliar até onde Trump poderia avançar em sua ofensiva contra o Brasil, além de estimar o tempo de duração dessa pressão. Os banqueiros explicaram que, mesmo em transações internas, como autorizações de Pix, há sistemas automáticos que checam se clientes estão na lista de alvos da Magnitsky.
Segundo relataram, as restrições atingem operações em dólar, mas ainda não impedem o acesso às instituições ligadas ao sistema Swift, que processa transferências internacionais. Contudo, alertaram que o cerco pode se ampliar. Um dos executivos avaliou que a situação, por ora, é “corrigível”, mas admitiu a possibilidade de que a advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, seja incluída na lista.
Na análise dos representantes do setor, outros ministros do STF têm menor probabilidade de serem sancionados, embora não haja previsões seguras sobre as próximas ações de Trump. A expectativa é de que a tensão se prolongue por alguns meses.
As previsões se confirmaram na sequência, com novas declarações de autoridades norte-americanas contra o STF. O subsecretário Darren Beattie afirmou que Moraes foi alvo da Magnitsky por ser “o principal arquiteto da censura e perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro” e disse que Washington segue “monitorando a situação de perto”. Já o vice-secretário de Estado, Christopher Landau, declarou que “um único juiz do Supremo Tribunal Federal usurpou o poder” no Brasil, sem citar o nome do ministro.
Após a reunião com os banqueiros, Moraes e Rodrigo Maia receberam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir uma saída para a crise provocada pela prisão de Bolsonaro e pela colocação de tornozeleira eletrônica no senador Marcos do Val (Podemos-ES). Participaram também o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Edson Fachin, que assumirá a presidência da Corte em setembro.
POLÍTICA
TST adquire 30 carros de luxo de R$ 346,5 mil – um para cada ministro
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) gastou R$ 10,4 milhões para adquirir 27 carros de luxo da marca Lexus. Cada unidade saiu por R$ 346,5 mil, e os sedãs ficarão à disposição dos 27 ministros do tribunal para deslocamentos em Brasília. Nos últimos dias, o TST já havia virado alvo de críticas por causa do plano de construir, ao custo de R$ 1,5 milhão, uma sala VIP exclusiva para os ministros no aeroporto da capital federal.
Carro híbrido, o Lexus ES 300H mistura um motor 2.5 a combustão com um elétrico. A potência é de 211 cavalos. Apesar de ter conseguido um “desconto” na compra dos veículos — a unidade era orçada inicialmente em R$ 396 mil —, o tribunal acabou escolhendo o modelo mais caro entre os citados em um estudo técnico sobre a renovação da frota da Corte. Foram colocados como opção outros modelos de preços também superiores a R$ 300 mil, mas abaixo do que foi pago pelo TST.
No mesmo documento, os técnicos afirmam que a troca da frota está “alinhada ao Plano Estratégico Institucional” do tribunal, inclusive na missão de “promover ações que reforcem a imagem do TST perante a sociedade”.
A história da sala VIP, contratada sem licitação, motivou manifestações no Tribunal de Contas da União (TCU), que pode auditar o contrato. Uma delas foi feita pelo procurador do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, que questionou “a economicidade e o interesse público da construção e manutenção da sala VIP para os ministros do TST, considerando alguns aspectos”.
O valor de R$ 1,5 milhão é o previsto para a construção e a manutenção por dois anos do espaço exclusivo, que incluirá ainda o acompanhamento de ministros por funcionários do terminal, além de carro para deslocamento até a aeronave — evitando as filas do embarque e a eventual necessidade de entrar em um ônibus entre o portão do terminal e o avião. O preço não abarca outros gastos para o funcionamento da sala, como mobiliário, alimentação e remuneração dos funcionários.
Em nota, o TST alegou que a sala VIP pretende evitar a abordagem de “indivíduos mal-intencionados ou inconvenientes” no aeroporto.
“A forma como eram realizados os embarques e desembarques aéreos das autoridades propiciava a aproximação de indivíduos mal-intencionados ou inconvenientes, o que aumentava significativamente os riscos evitáveis para essas autoridades”, disse.
O tribunal contratou sem licitação a mesma empresa responsável por conceber as demais salas VIPs do aeroporto de Brasília, destinadas ao público privado que pode acessá-las por meio de pagamento ou como benefício oferecido por cartões de crédito. É estimado um mínimo de 50 atendimentos por mês, e o benefício vale até para voos pessoais, não apenas os profissionais.
POLÍTICA
Dívida pública do Brasil está “fora do controle”, diz relatório do tesouro
O Relatório de Projeções Fiscais divulgado pelo Tesouro Nacional nesta semana acendeu um sinal vermelho para as contas públicas brasileiras. O documento aponta que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve atingir 84,3% do PIB em 2028, patamar mais alto e antecipado que o previsto no fim de 2024, quando a estimativa era de 81,8% em 2027.
De acordo com o levantamento, a dívida, que fechou 2024 em 76,5% do PIB, deve avançar para 79% já em 2025, seguindo em trajetória ascendente nos anos seguintes. Especialistas ouvidos pelo Tesouro e pelo mercado classificam a situação como insustentável, destacando que a combinação de juros elevados, gastos crescentes e arrecadação insuficiente dificulta qualquer reversão de tendência.
As projeções de instituições independentes são ainda mais pessimistas. O Banco Central, por meio do sistema Prisma, calcula que a dívida pode alcançar 93,5% do PIB em 2035, enquanto a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado prevê até 124,9% no mesmo período, caso não haja ajustes fiscais significativos.
O cenário preocupa pelo impacto sobre a credibilidade econômica do país e o custo do financiamento da dívida, já que os juros elevados ampliam a despesa com o serviço da dívida, consumindo espaço do orçamento público para investimentos e políticas sociais.
POLÍTICA
Após vídeo de Felca, Lula enviará PL para regulamentar redes
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou em entrevista nesta terça-feira (12) que o governo federal pretende enviar ao Congresso, nos próximos dias, um projeto de lei que prevê a regulação e a punição de big techs pela divulgação de conteúdos criminosos nas redes.
Segundo o ministro, as redes sociais “não querem ser fiscalizadas”, porque muitas delas “ganham muito dinheiro patrocinando, estimulando e viabilizando crime”.
Por isso, o presidente Lula “vai mandar, nos próximos dias, uma lei para o Congresso para regular isso”
O assunto voltou ao debate público nesta semana, após o youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, divulgar um vídeo na última quarta (6) denunciando casos de exploração de menores nas redes.
“O governo brasileiro, o presidente Lula é favorável à regulamentação, à fiscalização dessas plataformas digitais que ganham muito, muito dinheiro as custas da saúde mental e da saúde física, às vezes, de crianças, adolescentes, mulheres que são exploradas e são enganadas através de redes sociais e plataformas”, afirmou o ministro.
A declaração foi dada em entrevista à rádio Alvorada FM, de Guanambi (BA). O ministro foi questionado sobre o debate levantado pela denúncia do influenciador e humorista.
“A denúncia feita pelo youtuber Felca sobre a adultização de crianças é mais um alerta para um problema que acontece no mundo inteiro”, afirmou Rui Costa.
“Você não pode, por ter um meio de comunicação na mão, viabilizar a atividade criminosa. O mesmo vale com a plataforma digital que não pode estimular o crime, ganhar dinheiro facilitando o crime contra pessoas vulneráveis contra crianças, idosos, adolescentes”, prosseguiu o ministro.
Segundo o titular da Casa Civil, “mais do que nunca, é preciso regular, fiscalizar e punir não apenas quem publica, mas também quem viabiliza a disseminação desses conteúdos”.
-
POLÍTICA4 semanas atrás
Lula estuda limitar remessa de dividendos de empresas americanas com operação no Brasil
-
BRASIL5 meses atrás
“Se para viver de arte, você precisa de subsídio do Estado, você não é um artista, você é um funcionário público.” Diz Javier Milei
-
POLÍTICA4 meses atrás
Deputado do Parlamento Europeu propõe sanção a Moraes após intimação contra Bolsonaro
-
POLÍTICA4 meses atrás
“Tomar o celular bruscamente da mão da vítima não configura o crime de roubo”, diz Ministro Antônio Saldanha do STJ
-
POLÍTICA4 semanas atrás
Trump ordena que visto de Eduardo Bolsonaro e toda sua família seja mudado de temporário para permanente
-
POLÍTICA3 semanas atrás
EUA investigam esposa de Moraes por influência do ministro do STF
-
POLÍTICA4 semanas atrás
Advogados dizem que medidas contra Bolsonaro são “inéditas no direito brasileiro”
-
POLÍTICA4 semanas atrás
Segundo aliados, Trump já cogita bloquear o GPS no Brasil