O deputado federal Mauricio Marcon (Podemos-RS) intensificou seus ataques ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso na Câmara.

O parlamentar afirmou que há indícios de um esquema de corrupção envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários e declarou: “O PT e sua turma roubam até dos aposentados”.

Marcon mencionou como exemplo o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), atualmente investigado por crimes como peculato, lavagem de dinheiro e caixa dois. Segundo processos em tramitação na Justiça, Lupi é suspeito de desviar cerca de R$ 4 milhões de recursos públicos. O ministro também foi demitido do governo Dilma Rousseff (PT) em 2011, após ser acusado de cobrar propina para regularizar organizações não governamentais (ONGs).

Ao encerrar seu discurso, o deputado fez uma crítica indireta a aliados do governo: “Tem gente que vota em bandido. Eu não voto”. A fala foi recebida com aplausos de parte do plenário, mas também gerou reações de parlamentares da base governista, que consideraram a declaração “irresponsável” e “generalizadora”.

Durante participação na GloboNews, o comentarista político Octávio Guedes fez uma declaração contundente que gerou repercussão: “O Brasil corre o risco de, um dia, eleger um Bukele à Presidência da República”. A fala faz referência ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, conhecido por seu estilo autoritário, políticas de segurança duras e centralização de poder, mesmo sendo amplamente popular entre os eleitores de seu país.

O alerta de Guedes ocorre em meio a discussões sobre o avanço de discursos antidemocráticos no Brasil e o enfraquecimento de instituições democráticas. Ao citar Bukele, o comentarista sugere que a popularidade baseada em promessas de ordem e segurança pode abrir espaço para lideranças que desafiem os limites constitucionais e concentrem poder de forma perigosa.

Especialistas em ciência política têm feito análises semelhantes, apontando que a combinação de crises econômicas, violência urbana e descrédito nas instituições pode abrir caminho para figuras com discurso autoritário, especialmente se apresentarem soluções rápidas e simbólicas para problemas complexos.

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), disse que a federação do União Brasil (UB) e Progressistas (PP), oficializada nesta terça-feira (29), em Brasília (DF), representa o caminho da pacificação, do equilíbrio e do bem comum no Brasil.

Durante o evento de formalização da aliança entre os dois partidos, no Congresso Nacional, Alcolumbre lembrou que a federação União Progressista (UP) é a maior dos últimos 20 anos da democracia brasileira e frisou que o interesse público sobressaiu aos interesses pessoais, políticos e regionais.

“Estamos no caminho certo para a pacificação do Brasil. Muitas vezes somos chamados a decidir por um lado ou por outro, mas o caminho do equilíbrio, da ponderação, do diálogo e do entendimento é que faz um país, do tamanho do Brasil, seguir em frente”, disse o senador amapaense. A federação UP terá a maior bancada no Congresso Nacional, com 109 deputados e 14 senadores.

Alcolumbre disse ainda que a decisão pela federação foi feita com maturidade institucional, compromisso de país e espírito público. “O trabalho para que pudéssemos consolidar essa aliança partidária, a maior feita nos últimos 20 anos da democracia brasileira, foi feito com muita maturidade institucional, espírito público, compromisso de país, deixando, na maioria das vezes, os interesses pessoais, regionais e individuais de lado em detrimento de um interesse coletivo”, afirmou.

Além do presidente do Congresso, estiveram presentes no evento o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB); o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda; o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI); o secretário-geral do União Brasil, ACM Neto; além de governadores, prefeitos e outras lideranças políticas. “Esse encontro de hoje é um sinal de clareza institucional, compromisso e espírito público com aquilo que mais importa: não é o interesse de um partido, da vontade de uma pessoa ou de um desejo individual. O que tem que unir a política é sempre o espírito público para fazer o que é melhor para sociedade”, disse o presidente do Congresso.