POLÍTICA
Advogado de Bolsonaro mostra áudio “confrontando” a narrativa do golpe
Em nova ofensiva jurídica, o advogado de Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, apresentou nesta semana um áudio que, segundo a defesa, desmonta a narrativa construída pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A gravação, atribuída ao tenente-coronel Mauro Cid, delator-chave da investigação, foi exibida durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) e coloca em xeque a espontaneidade de seu depoimento.
No áudio, Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro — sugere que teria sido pressionado a endossar uma versão previamente estabelecida pela PF. “Minha versão não é a que eles querem. Estão dizendo que, se eu continuar com ela, vão endurecer a minha situação”, diz o militar na gravação. A declaração reforça a tese da defesa de que as acusações contra Bolsonaro foram “construídas sob pressão” e não refletem necessariamente os fatos.
Segundo o advogado, que atua como porta-voz da linha jurídica de Bolsonaro, o áudio demonstra que Cid não apresentou sua delação de forma livre e voluntária, como exige a lei. “Essa gravação revela que há um esforço para forçar uma narrativa que incrimine o ex-presidente. Isso compromete a validade da colaboração premiada”, declarou.
A PGR, no entanto, afirma que a delação de Cid foi homologada com base em uma série de evidências cruzadas, incluindo mensagens, e-mails, áudios e documentos como as chamadas “minutas do golpe”. A acusação central é de que Bolsonaro e seus aliados arquitetaram um plano para desacreditar o processo eleitoral, manter o então presidente no poder e fomentar ações golpistas.
Nos bastidores do STF, a revelação do áudio causou desconforto. Ministros ouvidos reservadamente indicaram que o conteúdo da gravação será analisado com cautela, mas ressaltam que o caso não depende exclusivamente do testemunho de Mauro Cid. Ainda assim, a estratégia da defesa é clara: colocar em dúvida a principal peça da acusação para, gradualmente, esvaziar o inquérito.
Enquanto isso, seguem os depoimentos dos envolvidos, incluindo militares da reserva, ex-assessores presidenciais e o próprio Jair Bolsonaro, que deve ser ouvido nas próximas semanas. A expectativa é que os desdobramentos da gravação apresentada influenciem o ritmo e o tom dos interrogatórios.
O caso continua sendo um dos principais focos da atenção política e jurídica do país em 2025. Se confirmadas as pressões relatadas por Cid, a delação pode ser parcialmente invalidada, o que comprometeria parte da sustentação da denúncia. Por outro lado, se as autoridades confirmarem a autenticidade dos demais elementos probatórios, o processo seguirá seu curso rumo a uma possível denúncia formal contra o ex-presidente.
POLÍTICA
Cid nega que Bolsonaro tenha assinado minutas de estado de defesa ou de sítio
Em depoimento prestado nesta segunda-feira (9) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha assinado qualquer minuta de decreto visando à implementação de estado de defesa ou estado de sítio durante o período de transição pós-eleitoral de 2022.
Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, afirmou que Bolsonaro teve acesso às propostas elaboradas por aliados civis e militares, mas que recusou-se a assiná-las. Segundo o militar, as minutas eram parte de discussões internas alimentadas por setores mais radicais do entorno do ex-presidente, que defendiam medidas de ruptura institucional após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva.
“Ao contrário do que foi especulado, o ex-presidente não assinou nenhuma dessas minutas. Houve, sim, pressão de determinados grupos, mas ele não cedeu”, declarou Cid durante o depoimento.
As minutas citadas pelo tenente-coronel previam a decretação de estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e até a anulação do resultado das eleições de 2022. As propostas foram encontradas em investigações conduzidas pela Polícia Federal, que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Apesar de confirmar a existência dos documentos, Cid frisou que eles não passaram do plano das ideias e que nenhuma medida efetiva foi tomada por Bolsonaro para colocar em prática o conteúdo dos textos.
A declaração do ex-ajudante de ordens ocorre em meio a novas diligências da PF e decisões do STF que miram integrantes do núcleo duro do governo anterior. A defesa de Bolsonaro reiterou que ele sempre agiu dentro dos limites constitucionais e que jamais cogitou romper com a ordem democrática.
POLÍTICA
Magno Malta conclama jejum e oração por Bolsonaro
O senador Magno Malta (PL‑ES) convocou nesta semana seus seguidores a participarem de um período de jejum e oração pela recuperação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A mobilização espiritual, segundo Malta, deve ocorrer da meia-noite até o meio-dia, com o objetivo de pedir a restauração plena da saúde do ex-mandatário.
A convocação foi feita por meio das redes sociais, onde o senador, que também é pastor evangélico, destacou a importância da fé nesse momento delicado. “Conclamo o Brasil a um tempo de jejum e oração”, escreveu Malta, reforçando a união entre patriotas e cristãos em apoio a Bolsonaro.
A iniciativa surge após Bolsonaro ter sido internado recentemente em Natal (RN), o que reacendeu preocupações sobre seu estado de saúde. Malta chegou a visitá-lo no hospital e vem compartilhando mensagens religiosas em defesa do ex-presidente.
POLÍTICA
Bolsonaro rejeitou protesto para “parar o país” em 2022, diz CID
Durante depoimento no STF, nesta segunda-feira (9/6), Mauro Cid afirmou que Bolsonaro foi contra protestos articulados por caminhoneiros após a vitória de Lula nas eleições de 2022.
“Bolsonaro não queria manifestação de caminhoneiro bloqueando estrada e parando o país”, disse.
Em seguida, Cid complementou.
“Bolsonaro disse que uma crise econômica [por conta do bloqueio de rodovias] cairia na conta dele”.
Em seu relato, Mauro Cid também confirmou a informação revelada pela coluna, em janeiro de 2023, informando que ala radical bolsonarista chegou a discutir a prisão do ministro Alexandre de Moraes para evitar a posse de Lula.
O depoimento do ex-ajudante de ordens da Presidência norteou as investigações da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República no chamado “inquérito do golpe”.
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