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POLÍTICA

EUA investigam esposa de Moraes por influência do ministro do STF

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Os Estados Unidos aumentaram o escrutínio sobre Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeitas de que suas atividades profissionais possam estar sendo favorecidas pela atuação do magistrado.

Segundo fontes ligadas a investigações em curso, a Casa Branca avalia que, por comandar o escritório de advocacia Barci de Moraes, Viviane teria sido impulsionada profissional e financeiramente por decisões ou influência do ministro, o que despertou preocupações sobre possíveis conflitos de interesse e enriquecimento indireto.

Em razão dessas suspeitas, Viviane Barci teria perdido o visto de entrada nos EUA. Além disso, autoridades americanas estudam a aplicação de sanções financeiras, com o objetivo de atingir diretamente a renda do casal — já que a principal fonte de recursos da família seria atribuída à atuação da advogada.

Até o momento, nem o STF, nem o escritório Barci de Moraes se manifestaram publicamente sobre o caso. A medida dos EUA é vista por analistas como parte de um movimento mais amplo de monitoramento de figuras do Judiciário brasileiro envolvidas em polêmicas internacionais.

POLÍTICA

“O PCC montou um império sob o nariz do estado, que continua fingindo que ele não existe”, diz Fátima Souza, autora das primeiras reportagens sobre o PCC

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Autora das primeiras reportagens sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), a jornalista Fátima Souza nunca deixou de investigar o grupo. Após 28 anos das primeiras matérias sobre a facção, Fátima Souza segue apurando e produzindo uma das investigações mais abrangentes de todo o jornalismo policial já publicadas no Brasil. Com fontes dentro e fora do sistema prisional, ela reconstrói a trajetória de um poder paralelo que nasceu nas celas e se espalhou por todos os cantos do país — e, hoje, do mundo.

Em entrevista ao Jornal Opção, Fátima revela bastidores de sua apuração e traça um retrato inquietante de como o crime organizado se enraizou nas estruturas do Estado e da economia. Com fala direta, sem meias palavras, ela descreve um cenário em que o PCC se tornou uma potência multinacional do crime, com ramificações em portos, empresas, apostas on-line e até instituições públicas.

A repórter também aponta os erros de sucessivos governos, que ignoraram os sinais de crescimento da facção e, ao tentar desarticulá-la, acabaram contribuindo para sua expansão. “O PCC é um gigante que tomou essa proporção por inoperância do Estado”, afirma. Nesta conversa, Fátima Souza analisa o que sustenta esse império, os riscos de uma disputa de poder interna e o que o Brasil ainda se recusa a enxergar sobre o crime que se tornou sistema.

Herbert Moraes — Em 1997, como você descobriu a existência do PCC a partir de uma rebelião na Casa de Custódia de Taubaté?

Era um período em que os jornais mandavam repórteres para as portas das cadeias quando havia rebeliões. Hoje não há mais rebeliões em São Paulo, porque o Marcola, líder do PCC, fez um acordo com o governo do Estado. Mas em 1997, eu estava muito acostumada a fazer essas matérias, quando fui enviada pela TV Bandeirantes para cobrir uma rebelião no interior de São Paulo, na Casa de Custódia de Taubaté.

Quando cheguei lá, percebi que era uma rebelião muito diferente das que eu estava acostumada a ver. Geralmente, as rebeliões eram uma bagunça, uma correria; os presos invadiam áreas restritas, subiam nos telhados, destruíam o presídio, aproveitavam a distração para matar seus desafetos.

Ali, a rebelião era organizada. Tinha um preso que dava ordens, dizia quem deveria ficar onde — seu apelido era Macalé, me disse um agente penitenciário. Os presos gritavam palavras de ordem, brandiam lençóis com inscrições de “queremos melhor tratamento, queremos um jumbo mais robusto, etc.” [Jumbo é o carregamento de alimentos e bens pessoais que as famílias são autorizadas pelo Estado a levar aos seus parentes presos quando vão visitá-los.]

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POLÍTICA

Número de empresas em recuperação judicial dispara e bate recorde no governo Lula

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O número de empresas que recorreram à recuperação judicial no Brasil atingiu recorde histórico em 2024, com 2.273 pedidos, segundo a Serasa Experian — alta de 61,8% em relação a 2023. É o maior volume desde o início da série, em 2005.

O avanço foi puxado principalmente por micro e pequenas empresas, responsáveis por 1.676 pedidos (alta de 78,4%). O setor de serviços liderou os casos.

Especialistas apontam que o salto reflete o crédito caro, endividamento elevado e inadimplência crescente, mesmo com a economia em leve recuperação. O dado acende alerta sobre a fragilidade financeira do setor produtivo e o desafio do governo em estimular o crescimento com juros ainda altos.

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POLÍTICA

Brasil bate recorde em impostos e mesmo assim terá déficit de R$ 30 bilhões

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Para 2025, a equipe econômica liderada pelo ministro Fernando Haddad estabeleceu a meta de zerar o deficit. Contudo, o arcabouço fiscal assegura um intervalo de tolerância de até 0,25% do PIB para o saldo primário –receita menos despesa, desconsiderando o pagamento de juros da dívida.

“O arcabouço fiscal é uma mera peça ilusória, cheia de furos que são usados para gerar um deficit de R$ 300 bilhões adicionais nesse governo”, declarou Ecio Costa, economista e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

O peso maior da carga tributária é do governo federal: alcançou 21,4% do PIB no ano passado. A alta foi de 1,5 ponto percentual na comparação com 2023.

A média da carga tributária dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) atingiu 33,9% em 2023, último dado disponível. A França lidera o ranking, com 43,8%. No mesmo ano, a taxa do Brasil foi de 32,1% –subiu 2,1 pontos percentuais em 2024. O país não integra a organização.

A trajetória crescente da cobrança de impostos no Brasil não é suficiente para assegurar o equilíbrio das contas públicas. “Mesmo batendo recordes de arrecadação e carga tributária, a conta continua não fechando”, diz Costa. Na avaliação do economista, o aumento dos gastos e a consequente elevação da dívida pesam no descompasso da política fiscal. Ele afirma que a trajetória da dívida pública em relação ao PIB “é galopante” e, por isso, preocupa. A dívida bruta do governo geral (União, Estados e municípios) está em 77,5% do PIB. No governo Lula, aumentou 5,8 pontos percentuais. Em valores absolutos, corresponde a R$9,6 trilhões.

O Brasil caminha para ter a maior carga tributária pelo 2º ano seguido, de acordo com economistas. Em 2024, a arrecadação do governo federal, dos Estados e dos municípios bateu recorde ao atingir 34,2% do PIB (Produto Interno Bruto). O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem recolhido mais impostos em 2025, conforme dados da Receita Federal. Mesmo assim, a expectativa é de um rombo de R$ 30,2 bilhões neste ano –perto do saldo negativo de R$ 31 bilhões que pode ter conforme a meta fiscal.

Para 2025, a equipe econômica liderada pelo ministro Fernando Haddad estabeleceu a meta de zerar o deficit. Contudo, o arcabouço fiscal assegura um intervalo de tolerância de até 0,25% do PIB para o saldo primário –receita menos despesa, desconsiderando o pagamento de juros da dívida.

“O arcabouço fiscal é uma mera peça ilusória, cheia de furos que são usados para gerar um deficit de R$ 300 bilhões adicionais nesse governo”, declarou Ecio Costa, economista e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

O peso maior da carga tributária é do governo federal: alcançou 21,4% do PIB no ano passado. A alta foi de 1,5 ponto percentual na comparação com 2023.

A média da carga tributária dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) atingiu 33,9% em 2023, último dado disponível. A França lidera o ranking, com 43,8%. No mesmo ano, a taxa do Brasil foi de 32,1% –subiu 2,1 pontos percentuais em 2024. O país não integra a organização.

A trajetória crescente da cobrança de impostos no Brasil não é suficiente para assegurar o equilíbrio das contas públicas. “Mesmo batendo recordes de arrecadação e carga tributária, a conta continua não fechando”, diz Costa. Na avaliação do economista, o aumento dos gastos e a consequente elevação da dívida pesam no descompasso da política fiscal. Ele afirma que a trajetória da dívida pública em relação ao PIB “é galopante” e, por isso, preocupa. A dívida bruta do governo geral (União, Estados e municípios) está em 77,5% do PIB. No governo Lula, aumentou 5,8 pontos percentuais. Em valores absolutos, corresponde a R$9,6 trilhões.

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