POLÍTICA
Oposição culpa aiatolá por crise com Israel e vê regime colapsar
Em pronunciamento à imprensa, o príncipe Reza Pahlavi, líder da oposição iraniana e filho do último xá do Irã, responsabilizou diretamente o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, pelo “conflito devastador” envolvendo o país e Israel. Para ele, a crise atual é reflexo direto de “décadas de corrupção, autoritarismo e má gestão do regime dos aiatolás”.
“Ali Khamenei e sua facção corrupta levaram a economia à beira do colapso, saquearam nossa infraestrutura, desperdiçaram a riqueza da nação no desenvolvimento de armas nucleares e destruíram a segurança do Irã”, afirmou Pahlavi. Segundo ele, o regime atual “roubou a soberania do povo iraniano” e “está derrotado, à beira do colapso”.
Pahlavi denunciou, ainda, um suposto movimento interno de fuga. De acordo com relatos que ele diz serem confiáveis, membros da família de Khamenei e de altos funcionários do regime estariam se preparando para deixar o país. “O exército está fragmentado. O povo está unido. Os alicerces desta tirania de 46 anos estão tremendo”, declarou.
Ao citar relatos de iranianos de diferentes origens — de oficiais das Forças Armadas a ativistas do movimento feminino — o príncipe destacou a insatisfação crescente da população. “Essas vozes representam uma nação em dificuldades, mas resiliente, que não pede sua liberdade. Ela luta por ela.”
Segundo o opositor, o país vive um momento decisivo. “Este é o nosso momento ‘Muro de Berlim’. Estamos em uma encruzilhada. Um caminho leva ao derramamento de sangue e ao caos. O outro, a uma transição pacífica e democrática.”
Reza Pahlavi também fez um apelo ao Ocidente: que potências como Estados Unidos, França e Reino Unido não ofereçam uma “tábua de salvação” ao atual regime. Segundo ele, essa atitude apenas prolongaria o conflito. “Este regime não se renderá depois de humilhado. Atacará enquanto estiver no poder. Nenhum país está seguro — nem Washington, nem Paris, nem Jerusalém, nem Teerã.”
Para o príncipe, a única saída está na construção de um Irã “laico e democrático”. “Só assim a paz poderá ser alcançada”, concluiu.
Nas últimas semanas, o conflito entre Irã e Israel se intensificou após ataques israelenses a instalações nucleares iranianas no último dia 12 de junho, seguido de retaliações iranianas, o que aumentou a tensão na região. No sábado (21/6), os Estados Unidos consolidaram sua presença no conflito depois de atacar três bases nucleares do Irã.
O Irã é uma República Islâmica teocrática, criada após a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou a monarquia do xá Mohammad Reza Pahlavi. O sistema combina elementos religiosos e políticos, com o poder religioso exercendo papel central.
O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, é a autoridade máxima do país, controlando as Forças Armadas, o Judiciário, a mídia estatal e a política externa.
Há também um presidente eleito, responsável pela administração diária, porém subordinado ao líder supremo. O sistema conta ainda com o Conselho dos Guardiães e a Assembleia Consultiva, que fiscalizam as eleições e aprovam leis conforme a visão islâmica.
Reza Pahlavi, filho mais velho do último xá, deposto em 1979, vive em exílio e lidera a oposição ao regime atual. Ele defende a restauração da monarquia ou, ao menos, uma transição para uma democracia laica e pluralista no Irã.
POLÍTICA
Fux pede vista e suspende julgamento de Moro
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista, na sexta-feira (10), no processo que analisa a manutenção do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) como réu por calúnia contra o próprio ministro Gilmar Mendes.
Apesar do pedido, o julgamento, realizado no plenário virtual da 1ª Turma do STF, já tem maioria formada, com os votos da relatora Cármen Lúcia e dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin pela manutenção de Sergio Moro como réu.
Com o pedido de vista, o caso fica suspenso até que Fux devolva o processo para julgamento. Ele tem até 90 dias para fazê-lo.
O senador responde no STF por calúnia, um dos crimes contra a honra, devido a declarações sobre o ministro. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em abril de 2023 e aceita pela 1ª Turma, por unanimidade, em junho de 2024.
Segundo a acusação, Moro afirmou em vídeo que seria possível “comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes”. A PGR considerou a fala criminosa, enquanto a defesa do senador alegou tratar-se de uma “fala infeliz”, dita em tom de brincadeira.
A defesa recorreu da decisão que aceitou a denúncia, argumentando que Moro não tinha conhecimento da divulgação do vídeo e que faltavam provas contra ele.
Voto da relatora
Em seu voto, Cármen Lúcia destacou que a aceitação da denúncia não representa um julgamento de mérito, sendo apenas uma etapa inicial do processo.
“Não se pode, portanto, confundir os requisitos para o recebimento da denúncia com o juízo de procedência da imputação criminal”, escreveu.
A ministra afirmou ainda que a peça apresentada pela PGR cumpre os requisitos formais e “descreve, com o cuidado necessário, a conduta criminosa imputada ao embargante, explicitando os fundamentos da acusação”.
POLÍTICA
Ciro Nogueira visita Bolsonaro e diz que direita vencerá em 2026
O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), visitou nesta quinta-feira (9) Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. Na saída, Ciro disse que a direita vencerá as eleições presidenciais de 2026, mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidere as pesquisas de intenção de voto a um ano do pleito.
“Eu gosto muito de futebol, eu vejo muito esse cenário do Lula, de um time que se diz favorito, mas é porque só tem um time em campo. Na hora que entrar o outro time [a direita], que tem quadros muito melhores do que o do presidente Lula, nós vamos vencer essa eleição”, disse Ciro, segundo quem Bolsonaro anunciará quem será o nome da direita no “momento correto”.
Bolsonaro está inelegível desde 2023, condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por uso da máquina pública para espalhar desinformação sobre as urnas eletrônicas. Em 11 de setembro de 2025, o ex-presidente também foi condenado criminalmente a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado depois de perder a eleição para Lula em 2022.
O senador chegou ao condomínio Solar de Brasília, onde Bolsonaro mora, por volta das 14h e permaneceu no local por cerca de 40 minutos. A visita se deu em um momento de indefinição no campo da direita. Há diversos nomes cogitados para disputar o Planalto à espera do aval público do ex-presidente.
Ciro voltou a afirmar que os candidatos viáveis da direita são: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
“Não são os meus preferidos, meu preferido era o presidente Bolsonaro. Como isso não é viável, eu acho que os candidatos viáveis que nós temos hoje no país são o governador Tarcísio e o governador Ratinho, que eu acho que nos levariam à vitória mais fácil”, disse Ciro.
POLÍTICA
Milhares de soldados israelenses estão deixando Gaza e voltando para casa
Após o anúncio oficial sobre o recuo do Exército de Israel com o início do cessar-fogo, milhares de palestinos começaram a caminhar rumo ao norte da Faixa de Gaza nesta sexta-feira. A retirada das tropas israelenses ocorre horas depois do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovar a primeira fase do acordo de paz selado com o grupo terrorista Hamas, que deve libertar os 20 reféns ainda vivos no enclave, além da devolução de 28 corpos, dentro de um prazo de 72 horas.
Uma multidão de palestinos deslocados para o sul de Gaza começaram a voltar para as suas casas, caminhando quilômetros, em meio à poeira e aos escombros, em direção à Cidade de Gaza, a maior área urbana do enclave, que havia sido palco de uma das maiores ofensivas de Israel na guerra. Quase meio milhão de palestinos que viviam no norte foram deslocados pela operação israelense.
— Graças a Deus, minha casa ainda está de pé — disse Ismail Zayda, de 40 anos, em entrevista à agência Reuters na Cidade de Gaza. — Mas o lugar está destruído, as casas dos meus vizinhos estão destruídas e bairros inteiros desapareceram.
Muitos dos que retornam caminham mais de 20 quilômetros, levando nas costas o que restou de seus pertences. Os que ainda têm algum dinheiro pagam caro para alugar carroças puxadas por burros ou pequenos caminhões, na tentativa de encurtar a dura travessia rumo ao norte.
O comunicado do Exército israelense especificou, no entanto, que “as tropas do Comando Sul (…) continuarão eliminando qualquer ameaça imediata” e alertou que algumas áreas ainda são “extremamente perigosas” para a população.
“As tropas começaram a se posicionar ao longo das linhas de retirada, em preparação para o acordo de cessar-fogo e para o retorno dos reféns”, acrescentou o informe.
Segundo o jornal britânico Guardian,o porta-voz militar israelense de língua árabe, Avichay Adraee, disse que os moradores de Gaza poderiam retornar ao norte por rotas específicas, mas os alertou para se afastarem de áreas como Beit Hanoun e a passagem de fronteira de Rafah, onde as tropas permaneceram.
O cessar-fogo e a libertação dos reféns e de prisioneiros palestinos estão previstos no acordo aprovado na quinta-feira pelo governo de Netanyahu, após quatro dias de negociações indiretas no Egito entre Hamas e Israel. O acordo baseia-se em um plano de 20 pontos anunciado no final de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que planeja viajar ao Oriente Médio no próximo domingo.
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